Historic Rally Fafe: Latvala e muitas “relíquias” estarão de volta

A primeira edição do Historic Rally Fafe, na estrada a 7 e 8 do próximo mês de novembro, que encerrará esta época o Campeonato da Europa FIA de Ralis Históricos (CEFRH), permitirá uma viagem ao passado, com a participação de um conjunto de carros icónicos e alguns pilotos de eleição, entre os quais se destaca o finlandês Jari-Matti Latvala. Serão dois dias, maioritariamente no concelho de Fafe, preenchidos com 12 classificativas (130,48 km) em pisos de asfalto e um conjunto de aliciantes que prometem um espetáculo de alto nível.

Muito embora seja a prova de encerramento do CEFRH, tudo indica que a estreia de Fafe naquela competição seja brindada com uma lista de inscritos aliciante, a avaliar pelas informações recolhidas pela delegação da Demoporto que no final da semana transata esteve em Pravia, nas Astúrias, onde decorreu a penúltima jornada do campeonato. Jari-Matti Latvala, vencedor do rali espanhol, com o Toyota Celica 4WD Turbo, disse “sim” à sua presença em Fafe, confirmando o que a FIA havia assinalado num dos seus últimos comunicados, referindo-se às duas últimas provas da época. A equipa britânica Flexifly Rally Team, que habitualmente faz alinhar um BMW M3 e dois Ford Escort 1800, embora sem especificar detalhes da participação também deu resposta positiva. O polaco Maciej Lubiak (Porsche 911 Carrera RS 3.0), quarto classificado nas Astúrias e atualmente no “top 3” da tabela classificativa do campeonato, é uma das hipóteses em aberto. De igual modo, também o espanhol António Sainz – irmão do bicampeão mundial de ralis e vencedor do Dakar, Carlos Sainz –, uma das figuras de referência espanholas dos ralis históricos, pondera correr em Fafe com o espetacular Subaru Impreza 555. Alberto Fraga Vilariño, também do país vizinho, afiançou ao “staff” do Demoporto que comparecerá com o seu Audi Quattro Sport E2. Ainda oriundo de Espanha, a Cosmos Racing vai assegurar a participação do Ford Escort RS Cosworth ex-oficial que nas Astúrias foi guiado pelo belga Bruno Thiry, antigo piloto da equipa oficial da Ford. De resto, os contactos estabelecidos com vários pilotos do Campeonato Espanhol de Históricos deixam antever a possibilidade de mais participações. As inscrições terminam esta próxima sexta-feira (24 outubro).

“A aposta que a Câmara de Fafe tem vindo, ao longo dos anos, a fazer nos ralis é no sentido de tentar trazer para o seu território as melhores provas de cada campeonato e a oportunidade de serem internacionais torna-a ainda mais apelativa. Em conjunto com o Demoporto, nosso parceiro de sempre, vamos fazer um esforço para termos em Fafe e em Portugal o Campeonato Europeu de Ralis de Clássicos [Históricos] que tem suscitado um enormíssimo interesse, quer pela qualidade das ‘máquinas’ quer pela competência dos pilotos, alguns deles figuras muito conhecidas. Será uma honra e um grande prazer receber mais uma prova internacional de um campeonato relevante no âmbito da FIA [Federação Internacional do Automóvel]”, refere Parcídio Summavielle, vice-presidente do município e grande impulsionador do desporto automóvel na região minhota.

“Trata-se de um campeonato que admite viaturas até ao ano 2000, o que já inclui muitos automóveis de diferentes gerações, modelos icónicos que nos habituámos a ver quando éramos mais novos e que agora o público jovem poderá ‘descobrir’. São carros lindíssimos, ‘máquinas’ extraordinárias, muito competitivas e de elevada performance. Algumas pessoas menos informadas poderão pensar que este rali será uma espécie de regularidade histórica ou de passeio, mas não. Será um rali a sério, disputado por pilotos de grande nível aos comandos de viaturas muito rápidas. Haverá oportunidade de vermos carros muito rápidos que, com o decorrer dos anos, se tornaram icónicos e no passado preencheram os sonhos e as paixões de muitos apaixonados. Por certo que muita gente vai sentir agora o apelo de voltar a ver essas ‘máquinas’ diabólicas”, concluiu Parcídio Summavielle.

O Historic Rally Fafe apresentará algumas inovações em termos de estrutura, sendo que a única classificativa fora de Fafe será a de Cabeceiras de Basto (10,70 km), a decorrer no concelho do mesmo nome e com um traçado inédito. Outras novidades são a junção dos troços de Montim com o de Vila Pouca, passando pela EN 206. O início do troço de Vila Cova, e até meio, é totalmente novo e uma estreia absoluta, derivando depois para uma estrada já antes utilizada e de nome Monte.

Se o troço de Anjos/Gontim (14,04 km) é idêntico à versão utilizada em 2020 quando o rali integrava o Europeu, o da Queimadela terá agora um final diferente, que corresponde ao acesso à EN 207 (Fafe-Póvoa de Lanhoso). O de Várzea Cova (10,74 km) mantém-se idêntico à versão dos anos anteriores.

A prova arranca, oficialmente, na quinta-feira, com a realização do shakedown, que será realizado troço de Gontim, mas em sentido contrário, começando em Pedraído para terminar na Lagoa.

Os pilotos inscritos no Campeonato Regional Norte disputam apenas as classificativas da segunda etapa, no sábado.