Hélder Silva soma mais um triunfo na Arrábida e segue invencível na temporada
O bicampeão nacional da Power House impôs novamente na Arrábida a sua Osella PA2000 EVO2, tendo António Rodrigues (Silver Car EF10) e José Correia (Norma FC20) protagonizado um duelo emocionante pelo segundo posto, com a “Bala do Douro” a superiorizar-se ao piloto e “patrão” da JC Group Racing Team por apenas uma décima de segundo. Vítor Pascoal nos GT, Luís Delgado nos Turismos e Luís Nunes nos Super Challenge venceram as suas respetivas categorias, enquanto Nuno Guimarães se impôs na Divisão Protótipos B.
Uma palavra inicial para o Clube de Motorismo de Setúbal. Célere nas decisões, rápido a ultrapassar as dificuldades, o clube organizador desta 32ª edição da Rampa Pêquêpê Arrábida 2023, manteve sempre um bom ritmo nas subidas e é credor de nota alta quanto ao nível organizativo. Por outro lado, as enchentes de público registadas nos dois dias de competição, transformaram a prova sadina numa verdadeira festa popular e de promoção da modalidade. Quanto à narrativa competitiva, esta Rampa Pêquêpê Arrábida foi emocionante.
Mais rápido em todas as quatro subidas realizadas na jornada de sábado, concluindo o dia na liderança, Hélder Silva viu José Correia suplantar as suas marcas nas duas subidas de treino de domingo. Mas, logo a seguir, o poveiro voltou a repor a ordem e, nas duas subidas de prova que fechavam o fim-de-semana, foi sempre o mais forte. No entanto, não repetiu a sua marca da subida de prova do primeiro dia, 1:40,813, que seria a melhor em termos absolutos do fim-de-semana.
António Rodrigues não pareceu sentir dificuldades por nunca ter alinhado anteriormente na prova com o seu Silver Car EF10 da NJ Racing/Lusimed e esteve sempre na refrega pelos lugares cimeiros. Terminou o dia de sábado já no 2º lugar da geral, viu José Correia se reaproximar nas duas subidas de domingo, quando o bracarense da JC Group Racing Team foi sempre mais forte, mas não o suficiente para recuperar todo o atraso de sábado, ficando os dois separados por apenas 141 milésimas de segundo!
Nuno Guimarães (Silver Car S2) voltou a não ter problemas para dominar a Divisão Protótipos B, onde está invicto há já um rol enorme de provas, sendo ainda o 4º da geral. Nas contas dos B, viu ainda Nuno Pinto (ADR Sport II) contribuir com um 2º lugar para uma saborosa “dobradinha” da NJ Racing. Victor Bessa (PRM RC) fechou o pódio nesta divisão.
Voltando à geral, encontrámos no 5º posto Luís Nunes (Skoda Fabia R5) que, de forma perfeitamente avassaladora, construiu ainda o terceiro triunfo consecutivo na novel categoria Super Challenge. Foi, obviamente ainda triunfador no Grupo SC A, competição particular onde foi secundado por José Carlos Pouca Sorte e José Pacheco, aos comandos de dois Mitsubishi Lancer EVO VI.
Top 6 absoluto para Vítor Pascoal. O baionense rubricou com o seu Porsche 991 GT3 CUP aquela que foi a sua melhor exibição da temporada, vencendo de forma clara nas lides dos GT, face a Gabriela Correia (Mercedes AMG GT4) e Bernardo Garcia de Castro (Porsche 997 GT3 CUP), adversários que rodaram sempre demonstrando grande forma, bem vincada pela sua presença no 8º e 9º posto da geral da rampa.
Nessa tabela absoluta, o 7º lugar foi reclamado por Luís Delgado. O flaviense que tripula o Cupra Leon TCR da Nunes Sport dominou, uma vez mais, a Categoria Turismos e, dentro desta a Divisão 2. Foi também novamente e nas duas classificações secundado por Joaquim Teixeira. Este, mesmo com um toque logo a abrir o fim-de-semana, voltou a provar a sua valia, extraindo todo o potencial do Cupra TCR da JT59 Racing Team/Bompiso de primeira geração que tripula. O pódio da Divisão 2 e da geral dos Turismos ficou completo com a presença de Manuel Rocha e Sousa (Cupra TCR) no 3ºposto. O bracarense do Grupo TDS fez a sua melhor prova da temporada.
Registo para o 10º posto final de Nuno Caetano, cada vez mais seguro na “barchetta” Osella PA21S da Power House.
Voltando às lides dos Turismos, Gonçalo Inácio, no Peugeot 208 R2 VTI da Befast Motorsport, venceu a batalha da Divisão 3, na frente do líder do Campeonato, Parcídio Summavielle, a braços com alguns problemas de pneus no seu Renault Clio R3 RS da MNE Sport. O 2º lugar do fafense permitiu-lhe, mesmo assim, reforçar a liderança na tabela de pontos. De regresso ao campeonato, José Borges (Citroen C2 R2) esteve sempre muito forte e almejou conquistar o 3º lugar na divisão.
Quanto à Divisão 1, José Carlos Magalhães estreou da melhor forma um Mitsubishi Lancer EVO X da melhor forma, com o “patrão” e piloto da MNE Sport a suplantar Carlos Gonçalves, em carro idêntico.
Voltando a falar dos Super Challenge, um duo de “craques do asfalto” esteve entre os protagonistas do fim-de-semana. Miguel Matos (Peugeot 106 Maxi) e Bruno Carvalho (Citroen Saxo) lutaram taco-a-taco não só pela vitória no Grupo SC C, mas imprimiram um andamento tal que acabaram por ainda reservar o 2º e o 3º lugar finais da categoria, com Migue Matos a ser mais forte, mas sempre com Bruno Carvalho na ilharga.
Já quanto ao grupo SC B, Gonçalo Janeira (Citroen AX GTi) construiu a segunda vitoria da temporada, na frente do jovem André Magalhães, num Fiat Uno 45s, enquanto Luís Silva (BMW M3) levava para Famalicão o triunfo nas contas do Grupo SC D, secundado pelo bracarense Rui Pinheiro (BMW M3) e por António Ferreira, aos comandos de um VW Golf V GTI).
Uma palavra para a excelente exibição de Nelson Rocha, aos comandos do único kartcross presente. O piloto do Semog registou boas marcas, deu espetáculo e nem o toque dado na última subida manchou a excelente exibição do experiente piloto.
Armando Freitas triunfa entre os 1300 na “negra”
Um erro na subida de prova de sábado, forçou o piloto do Toyota Starlet a entrar em modo de ataque total na jornada decisiva de domingo, reagindo com classe para almejar levar o seu Toyota Starlet ao terceiro triunfo da época.
Tornou-se árdua a tarefa do fafense, na sequência de um toque na 1ª subida de prova que o relegou para fora do pódio provisório, no fecho do dia de sábado.
Tal tornava as duas subidas de prova a realizar na jornada de domingo decisivas para a pretensão de Armando Freitas em manter a invencibilidade que ostentava à chegada à Arrábida.
Mas, nos dois momentos decisivos que fechavam o programa da rampa, o piloto de Fafe não falho, realizou os dois melhores tempos de todo o fim-de-semana e alcançou o terceiro triunfo consecutivo do ano.
Um dos responsáveis por esse “puxar dos galões” do campeão nacional em título, foi João Diogo Santos. O jovem talento de Amarante voltou a ser muito rápido e eficaz com o Fiat Punto 85 Sport e liderou a tabela de tempos na 1ª subida de prova. Depois, embora não conseguisse suster o “assalto final” de Freitas, vendeu cara a derrota, levando o Punto aos limites do seu potencial, saindo da rampa sadina com mais um excelente 2º lugar.
Destaque para a prestação de Daniel Rolo. Utilizando desta feita um Datsun 100 A, naquela que foi mais uma das suas habituais presenças na prova organizada pelo Clube de Motorismo de Setúbal, o piloto volto a presentear quem assistiu ao evento com uma exibição de fino recorte, extraindo todo o “sumo” do pequeno carro nipónico. Não só dominou entre os Clássicos 1300, como ainda logrou colocar-se no pódio absoluto do CPM 1300 JC Group, garantindo o 3º posto, a apenas 9 décimas de segundo de Diogo Santos.
Flávio Saínhas triunfa nos Clássicos e volta à liderança do campeonato
O “Diabo da Covilhã” superiorizou-se após um duelo intenso com mais quatro pilotos, com o quinteto a utilizar “montadas” diversas exclusivamente Ford.
Flávio Saínhas (Ford Escort MKI), Fernando Salgueiro (Ford Escort MK II), Mário Silva (Ford Escort RS 1600), Luís Moutinho (Ford Escort MKI) e o regressado Ricardo Loureiro (Ford Escort MK II) foram alternando nos três melhores tempos ao longo de todas as subidas, sobretudo durante a tirada de sábado.
Mas, sempre que a luta chegava aos momentos “a doer”, Flávio Saínhas subia a intensidade do seu andamento e colocava inexoravelmente o seu bem preparado Ford Escort MKI na liderança da tabela de tempos.
Fê-lo em todas as três subidas de prova, tornando assim natural chegar à segunda vitoria da época e comemorar o regresso ao comando da tabela pontual do campeonato, beneficiando ainda da ausência de José Pedro Gomes, anterior líder.
Quanto à luta pelos restantes lugares do pódio, o primeiro a claudicar foi Ricardo Loureiro. . De regresso após ter estado ausente nas duas provas anteriores, o piloto do Caramulo Racing Team foi 5º na subida de prova de sábado, mas já não fez as subidas de prova de domingo, com um problema no seu Ford Escort MKII.
Por seu lado, Fernando Salgueiro, seu colega de equipa, começou por ser o segundo mais rápido no sábado, mas o piloto sofreu com problemas na caixa de velocidade ao longo dos dois dias de competição, forçando-o mesmo a estar ausente da 2ª subida de prova. Na 3ª e derradeira, momento em que tinha forçosamente de registar um tempo, viu-se obrigado a ser conservador, piorando a marca, mas conseguindo terminar e assegurar o 3º lugar e mais um pódio na temporada.
O consagrado Mário Silva fez a sua aparição habitual na Arrábida e voltou a ser capaz de lutar pelos lugares de topo, guindando-se, mercê da sua eficácia, a um brilhante 2º lugar final nas contas do Clássicos.
Pedro Alves soma e segue nos Legends
O terceiro triunfo da temporada do piloto vila-realense no Campeonato de Portugal Legends de Montanha JC Group voltou a acontecer sem qualquer contestação por parte dos rivais.
Na verdade, o ritmo competitivo que Pedro Alves impõe ao seu Citroen Saxo VTS é tal que, pelo menos até ao momento, a dúvida maior à entrada de cada fim-de-semana de prova, é se o piloto vai ser o mais rápido ao longo de todas as subidas do programa, desiderato que tem almejado reclamar até ao momento.
Desafiando-se a si próprio, Alves, foi paulatinamente melhorando as suas marcas, resolvendo pelo caminho a questão da vitória logo das duas primeiras subidas de prova. Depois, usou a terceira para cravar no cronómetro o seu melhor tempo do fim-de-semana, rodando em 2:01.617.
A Arrábida foi benfazeja para Carlos Alberto Oliveira. O poveiro tem sempre na irascibilidade mecânica do seu belo Ford Sierra Cosworth RS um handicap. Mas, sempre que o belo carro americano se porta bem, o potencial e a condução do piloto tora-o sempre candidato aos lugares cimeiros.
Nesta terceira prova, apenas nas sessões de treinos oficiais enfrentou alguns “amuos” do Sierra. Nas subidas de prova, andou sempre muito rápido e terminou num mais do que merecido 2º lugar final, conquistando assim o segundo pódio da época.
Outro piloto que saiu satisfeito de Setúbal foi Miguel Gonçalves. Muito eficaz aos comandos do seu BMW E36 Coupé, Gonçalves terminou no terceiro posto, subindo ao pódio pela primeira vez nesta temporada.
Uma palavra para Ivânia Loureiro. A “rookie” do Peugeot 205 voltou a rubricar uma exibição sem erros, premiada com o 4º lugar final entre os Legends.
Caiu no pano sobre a 3ª prova da temporada do Campeonato de Portugal de Montanha JC Group. Agora, é tempo de retemperar forças e começar depois a preparar o encontro anual entre a “Família da Montanha” lusitana e a congénere europeia. Será na Rampa Internacional da Falperra, organizada pelo Clube Automóvel do Minho e que animará terras bracarenses nos dias 20 e 21 de maio.