Uma mão cheia de novidades no Campeonato de Portugal de Ralis em 2023
Se não há dois anos campeonatos iguais, muito menos será o Campeonato de Portugal de Ralis de 2023 relativamente a qualquer outro, face à mão cheia de novidades, a começar pela participação de Craig Breen, passando pelo regresso do Algarve e ainda a outros factos relevantes. Antevê-se esta edição como uma das mais interessantes, competitivas e mediáticas de sempre… com motivos de sobra para conquistar uma elevada audiência.
Estruturalmente, o campeonato mantém os mesmos moldes da edição anterior e a única alteração, numa época que, cumprindo a tradição dos anos mais recentes, começa em pisos de terra para terminar, numa divisão equitativa (4+4), com os de asfalto, é a troca dos Açores pelo regresso do Algarve.
A nível absoluto, e é aí que estarão centradas as principais atenções, o campeão em título, Armindo Araújo, de novo com um Skoda Fabia da Racing Factory, terá pela frente, na defesa do seu ceptro, quase os mesmos adversários da época anterior, mais… o irlandês Craig Breen, novo “reforço” do Team Hyundai Portugal, ao lado de Ricardo Teodósio. Se este último garantiu os apoios para continuar aos comandos do Hyundai i20 N Rallye, já Bruno Magalhães, outros dos principais protagonistas da época anterior, não conseguiu completar o budget para prosseguir a sua carreira.
José Pedro Fontes (Citroen C3) mantém-se fiel à representação oficial da marca do double Chevron, na tentativa de lutar pela conquista de mais um título, num despique em que terá outros opositores de nomeada, como o mediático Bernardo Sousa. Tudo se conjuga para o regresso a tempo inteiro do piloto madeirense, com um Citroen C3 assistido pela Sports & You, depois da fase de preparação iniciada nas últimas provas de 2022 e no seguimento do seu sucesso televisivo no Big Brother.
Quem renova a aposta na discussão dos primeiros lugares será o jovem Miguel Correia, de novo ao volante de um Skoda Fabia da equipa ARC, depois de se ter estreado a vencer no campeonato em Amarante na época transata. Pedro Meireles também não quer deixar créditos por mãos alheias, com o Hyundai i20N Rally2 do Team Hyundai N| M. & Costas, estando prevista a participação nas 8 provas, enquanto o seu irmão Paulo Meireles volta, à semelhança do ano transato, a fazer um programa parcial (Algarve, Terras D’Aboboreira, Alto Tâmega e Vidreiro) com o mesmo carro do ano anterior, sendo ambos os pilotos vimaranenses assistidos pela Sports & You.
Mas o “plantel” dos Rally2 não se esgota aí, já que outros pilotos bem conhecidos e de méritos firmados surgem empenhados em andar o mais à frente possível, como Paulo Neto (Skoda Fabia), com a ARC, o jovem Pedro Almeida (Skoda Fabia), agora na equipa catalã MAPO Motorsport, o algarvio Ricardo Filipe (Ford Fiesta), da Racing 4 You, e Paulo Caldeira (Citroen C3), este último de novo com a Sports & You. Diogo Salvi tem previsto disputar algumas provas com um Hyundai i20N Rally2 assistido pela equipa de Baltar.
Na categoria 2RM prevê-se, igualmente, uma época mais competitiva do que nunca, com o campeão em título, Ernesto Cunha, na estreia de um novo Peugeot 208 Rally4, determinado em conservar o troféu, embora reconhecendo uma forte concorrência. Daniel Nunes (Renault Clio Rally4), Rafael Cardeira (Renault Clio R3T), Ricardo Sousa (Peugeot 208 Rally4) e José Loureiro (Peugeot 208 Rally4) podem ser apontados como candidatos, mas o atual campeão prefere ir mais longe: “No campeonato Júnior há vários pilotos jovens cheios de garra que são muito rápidos e podem roubar-nos pontos…”.
A certeza de que o Campeonato de Portugal de Ralis Júnior vai ser discutido taco a taco foi dada pelo “filme” do Rali de Vieira do Minho, no último sábado, a prova de abertura da temporada. Se é verdade que Gonçalo Henriques (Renault Clio Rally5), o vencedor da edição 2022 do FPAK Júnior Team, dominou de fio a pavio no seu terreno de eleição (terra), adversários como João Andrade (Peugeot 208 R2) ou Hugo Lopes (Renault Clio Rally4), entre outros, deixaram boas indicações. Num rali atípico, em que até houve neve nas classificativas, o andamento dos “juniores” foi uma agradável surpresa… com vista para o futuro.