Clássicos ofereceram a melhor corrida do fim de semana do ANPAC & Friends Racing Meeting no Estoril

O Campeonato de Portugal de Velocidade Clássicos (CPVC) realizou segunda jornada no Autódromo do Estoril com duas corridas repletas de animação, tanta na luta pela vitória como nas diversas classes. Duas mangas disputadas debaixo de temperatura amena e sem a chuva prevista, algo que poderia ter influenciado o desfecho das provas.

 

João Macedo Silva (Porsche 911 RSR) saiu da primeira jornada do CPVC, disputada no Autódromo Internacional do Algarve (AIA) na liderança da competição após duas vitórias, uma “pole position” e duas voltas mais rápidas. Barba, cabelo e unhas para o piloto da Garagem Aurora do saudoso Mestre Eduardo. A passagem de Macedo Silva pelo Estoril foi um “dejá vú”. Mas, desta feita, o desafio colocado pela irreverência de João Novo (Ford Escort RS 1600) obrigou o piloto do Porsche a ter de rebuscar no seu talento forma de superar o jovem piloto do Escort amarelo.

 

O arranque para a primeira corrida não foi brilhante por parte de Macedo Silva e João Novo conseguiu, mesmo, ficar na frente do Porsche uma volta inteira ao circuito do Estoril. Mas o esforço pedido ao carro da oval azul e aos pneus acabou por desbaratar o esforço de João Novo: perdeu a liderança, os tempos começaram a subir e, de forma inglória – como só sucede no automobilismo – o piloto do Ford Escort RS 1600 perdeu o segundo lugar para Rui Costa. Para juntar desgraça ao insulto, a máquina amarela decidiu atirar para fora de prova o piloto da Motofil.

Contas feitas, João Macedo Silva ganhou a prova, os H75 e fez a volta mais rápida, acompanhado no pódio por Rui Costa (Fod Escort RS 1600) e por João Cruz (Ford Escort RS 1600) que com o abandono de João Novo venceu o Grupo 5.

Mais atrás, lutas por posição e pela vitória à classe. Exemplo disso a escaramuça entre Luís Liberal e Ricardo Pereira, ambos em Ford Escort RS 2000, que acabou decidida por uma penalização “drive through” a Liberal por continuado desrespeito dos limites de pista. Ricardo Pereira ganhou, assim, o Grupo 1.

Também António Soares (Ford Escort MK1) foi penalizado pela mesma razão e da mesma forma, mas a sua vantagem e superioridade face ao BMW 3.0 CSL de Miguel Ferreira, permitiu-lhe terminar no quarto lugar ultrapassando o belíssimo carro bávaro nas derradeiras voltas.

Destaque, ainda, para a vitória de Pedro Poças (Porsche 924) nos H81 e para o azar de Anibal Rolo, forçado a abandonar a prova no final da volta de lançamento com problemas mecânicos no belo Datsun 240Z. Por outro lado, Carlos Fernandes (Mazda RX2) abandonou a corrida e em carro idêntico, Jorge Leite não conseguiu arrancar para a corrida.

A segunda corrida dos Clássicos do programa do ANPAC & Friends Racing Meeting realizado no Autódromo do Estoril repetiu o que tinha sucedido na primeira manga. Porém, com protagonistas diferentes e durante muito menos tempo. João Macedo Silva foi surpreendido por Rui Costa na largada e demorou uma volta para levar o Porsche 911 RSR, no final da reta da meta, a ultrapassar o Ford Escort RS 1600. A partir daqui, foi um passeio para o piloto que lidera o CPV Clássicos. Mas o 911 RSR decidiu fazer birra e empurrou João Macedo Silva para fora de prova, negando-lhe uma vitória que estava ali ao seu alcance.

João Novo (Ford Escort RS 1600) não foi feliz e sem entrar na luta pela vitória, foi forçado a abandonar, pela segunda vez, na madrugada da prova. Quem beneficiou foi o espetáculo, pois Rui Costa e João Cruz (Ford Escort RS1600) envolveram-se numa luta titânica, com travagens no limite, escorrergadelas às quatro rodas e trocas de posições – uma delas numa ultrapassagem absolutamente fantástica na curva da Orelha de Rui Costa a João Cruz - num duelo de cortar a respiração.

Mas com uma lisura e classe entre os dois pilotos que temos de assinalar, luta que passou de ser pelo segundo lugar do pódio pela vitória. Na bandeira de xadrez e depois de uma corrida absolutamente fabulosa, João Cruz ganhou seguido de Rui Costa. O primeiro venceu, também, o Grupo 5, enquanto o segundo ganhou a categoria H75, onde António Soares ficou com o quarto lugar á geral e segundo da categoria.

A luta pela vitória na Grupo 1 polarizou o interesse da corrida dos Clássicos, mas acabou decidida como na primeira corrida: Francisco Freitas foi penalizado com um “drive trough” por abusar dos limites de pista e, assim, ficou decidida a liderança a favor de Ricardo Pereira. Até porque Francisco Freitas acabou por abandonar a corrida, exatamente o mesmo que sucedeu a Ricardo Pereira, mesmo na última volta. Ficou, ainda assim, com a vitória no Grupo 1.

Pelo caminho ficou, também, o espetacular BMW 3.0 CSL de Miguel Ferreira com problemas mecânicos, oferecendo a Fernando Gaspar (Datsun 240Z) a oportunidade de chegar ao quarto lugar e à vitória nos H71.

Apesar de poucos pilotos em pista e dos Clássicos serem carros caprichosos, tendo terminado apenas cinco viaturas, esta segunda corrida do CPV Clássicos foi, sem sombra de dúvida, a melhor do programa do ANPAC & Friends Racing Meeting.