Adeus aos pisos de terra com Meeke na frente do Campeonato de Portugal de Ralis

O Campeonato de Portugal de Ralis (CPR) vai encerrar a sua fase de pisos de terra no Vodafone Rally de Portugal (9/12 maio) que será a quarta e mais dura jornada da época, quando a superioridade de Kris Meeke (Hyundai i20 N Rally2) é inquestionável face ao nível de andamento dos pilotos portugueses. Entre eles, Armindo Araújo (Skoda Fabia RS Rally2) tem sido, de forma clara, o adversário mais próximo, secundando Meeke em todos os ralis, o que se traduz já numa acentuada vantagem pontual para os restantes adversários, a quem os primeiros ralis também não correram de feição.

“O Meeke, como já se sabia e era previsível, está a outro nível e nós [pilotos portugueses] temos que saber viver nessa realidade. Não adianta contrariá-la…”, enfatiza Armindo Araújo, o maior rival de Meeke esta época, somando menos 18 pontos que Meeke. O jovem Lucas Simões (Ford Fiesta R5) é o atual terceiro classificado do CPR, a 34 pontos do piloto de Santo Tirso, e mais lá para trás surgem candidatos “crónicos” ao título como Ricardo Teodósio (Hyundai i20 N Rally2) ou José Pedro Fontes (Citroen C3 Rally2). O primeiro destes, finalista dos dois ralis anteriores (6º e 3º), na sequência do acidente no penúltimo troço em Amarante (era 4º) não marcou pontos, enquanto o piloto do Citroen, que já no Algarve fora relegado para os últimos lugares devido a um problema elétrico, desistiu agora prematuramente (suspensão partida), quando ocupava a quarta posição.
Nesta etapa portuguesa do WRC, em que os pilotos do CPR têm de cumprir, para efeitos de pontuação, apenas a etapa de sexta-feira, a grande incógnita será a estratégia a adotar pelo líder destacado do campeonato. Ou seja, se Meeke vai centrar as suas atenções em exclusivo na competição portuguesa ou, pelo contrário, pretende rivalizar com os pilotos do WRC2, até porque, assinale-se, está previsto que os dois pilotos do Team Hyundai Portugal cumpram a totalidade do Vodafone Rally de Portugal. É essa, aliás, também a intenção de pilotos como Armindo Araújo, Ernesto Cunha ou Paulo Neto.
Disputando as 9 classificativas (126,90 km) da primeira etapa já com os pisos algo degradados, depois da passagem de duas dezenas de carros (WRC1 e WRC2), os pilotos do CPR terão, como já é hábito, uma tarefa complicada para conseguirem o melhor compromisso entre andar rápido e poupar a mecânica no rali mais duro da época que se despede dos pisos de terra.
No campeonato 2RM (duas rodas motrizes), e perante as ausências de Ricardo Sousa, Pedro Pereira, Guilherme Meireles e João Andrade, entre outros, Hugo Lopes (Peugeot 208 Rally4) defende a sua liderança destacada, com Gonçalo Henriques (Renault Clio Rally4), entre outros, à espreita, numa prova com elevado nível de dificuldade, face à previsível degradação das classificativas.

CAMPEONATOS (após 3 ralis)
Absoluto:
1º, Kris Meeke, 84 pontos; 2º, Armindo Araújo, 66; 3º, Lucas Simões, 32; 4º, Ernesto Cunha, 30; 5ºs, Ricardo Teodósio e Paulo Neto, 28; 7ºs, Rúben Rodrigues, Ricardo Filipe e Pedro Almeida, 18; 10º, José Pedro Fontes, 15.
2RM:
1º, Hugo Lopes, 55 pontos; 2º, Ricardo Sousa, 35; 3º, Pedro Pereira, 30; 4º, Gonçalo Henriques, 28; 5ºs, Pedro Silva e Guilherme Meireles, 24; 7ºs, Kevin Saraiva e João Andrade, 22; 9º, Diogo Marujo, 21; 10ºs, Jorge Carvalho e Emanuel Figueiredo, 20.