Xavier Lázaro: “Um dia quero ser tão bom como o Max Verstappen”
Aos 11 anos de idade, Xavier Lázaro fez soar os acordes da “Portuguesa” no Circuito Ricardo Tormo, em Valência, ao conquistar a medalha de ouro, depois de um triunfo categórico na final de karting Sprint Mini dos FIA Motorsport Games. O miúdo natural da Várzea de Sintra fez história, sendo o primeiro português a vencer nos “Jogos Olímpicos” do desporto automóvel.
Lázaro, a nova jovem estrela do automobilismo português e talento emergente a nível internacional, teve um desempenho notável na jornada valenciana, começando por se destacar nas três qualificações. Foi primeiro em duas e quinto na outra, largando do terceiro lugar da grelha para uma final empolgante. Na parte final da corrida conquistou a liderança, para depois se destacar (2.03 segundos) do estónio Bennet Korjus e do espanhol Nuvola Morales Mendes, rumo… ao lugar mais alto do pódio e à medalha de ouro.
O trajeto de Xavier Lázaro, já com antecedentes familiares na modalidade – o pai, Vasco Lázaro, e o avô foram pilotos – nos karts teve início em 2017, quando acabara de fazer 4 anos, na pista de Évora. Ladeado pelo progenitor, colheu as primeiras sensações da velocidade em circuito e ao segundo dia já rodou sozinho. Era apenas o começo de uma carreira que teve início, oficialmente, em 2018, na categorização Iniciação, numa prova do Campeonato de Portugal de Karting, no Bombarral. E acelerou rápido, porque aos 7 anos sagrou-se campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal.
Nestas últimas quatro épocas, a carreira do jovem Xavier Lázaro começou, em paralelo com a participação nas provas portuguesas, a derivar para Itália, entre testes e competições, com o objetivo expresso de evoluir e acumular experiência na categoria Mini.
E o resultado desse crescimento enquanto piloto ficou bem expresso nos FIA Motorsport Games, em Valência, quando dominou em absoluto a final de karting da sua categoria.
– Quando o Xavier Lázaro regressou a casa, na primeira noite dormiu com a medalha de ouro?
“Não dormi com ela, mas ficou bem perto de mim, na mesa de cabeceira”.
– E depois, no dia seguinte, levou-a na mochila, para mostrá-la aos colegas de escola?
“Não, porque nem fui à escola, dado que tive de responder ao compromisso que tinha com um canal de TV!”
– Antes da partida para Valência, já revelava uma grande autoconfiança, dizendo que ia conquistar uma medalha. Essa é uma das suas caraterísticas mais fortes como piloto?
“Sim, acredito sempre no meu valor e tento sempre dar o meu melhor. Sabia que tinha capacidade de lutar pela vitória e foi o que fiz!”
– A experiência adquirida como resultado do número crescente de participação em provas além-fronteiras, tanto em 2023 como este ano, designadamente em Itália, foi crucial para vencer em Valência e conquistar a medalha de ouro?
“Esta vitória é apenas o resultado natural de muito trabalho e dedicação desde que comecei na modalidade. Toda a minha experiência é importante para alcançar bons resultados e é sempre muito difícil obtê-los no nível das corridas em que participo”.
– Acredita que esta medalha de ouro poderá, a partir de agora, abrir-lhe novos horizontes, em termos de apoios e de carreira?
“Logicamente que me dá outra visibilidade, mas só depende de mim continuar a fazer o melhor que puder a nível de resultados. Os apoios são todos bem-vindos”.
– Já tem programa desportivo definido para 2025? O que está previsto?
“Em 2025 irei competir de novo na categoria Mini. Farei todo o programa WSK e também o Campeonato de Itália. A partir de agosto iniciarei os testes na Categoria Júnior”.
– Qual é o seu sonho como piloto ou, no futuro, até onde pretende chegar no desporto automóvel?
“O meu sonho como piloto é chegar à Fórmula 1”.
– Há algum piloto, entre os atuais da Fórmula 1, com quem se identifique? E porquê?
“O meu piloto de eleição é o Max [Verstappen]. Tem uma capacidade de trabalho incrível e um talento enorme. Um dia quero ser tão bom como ele ou melhor”.