O mítico CISET 4x4 Couço voltou a fazer história. Em 2025, a festa do trial 4x4 invadiu novamente o vale do Sorraia, num cenário onde o desporto, a emoção e o convívio se fundem de forma única. Esta não é apenas mais uma etapa — é uma instituição. E quem já aqui correu sabe: o Couço não perdoa, mas também não se esquece.

Este ano, a pista trouxe novidades: menos água no espelho em frente ao paddock, obstáculos mais suaves na fase inicial… mas com troco. A grande estrela foi o novo troço a jusante da ponte de Santa Justa — centenas de metros no leito do rio, com múltiplas linhas e tantas passagens de água quanto decisões difíceis. Uma secção exigente, onde até os rivais acabaram por se empurrar mutuamente para sair do lodo.

Super Proto – A força está nas voltas

Na categoria Super Proto, venceu quem mais aguentou: António Henriques / Miguel Costa (Lucrofusão / XS5) voltaram a brilhar. Depois de um segundo lugar no prólogo, imprimiram um ritmo impressionante na resistência, onde terminaram com 15 voltas, somando 500 pontos, que, adicionados aos 147 do prólogo, totalizaram 647 — vencedores destacados.

Em segundo lugar ficaram Rafael Gomes / Luís Pedro (Rafael & Gomes), que terminaram o prólogo em quarto (141 pontos), mas subiram na classificação graças às 13 voltas na resistência (475 pontos), somando assim 616 pontos finais. A fechar o pódio, Cristiano Afonso / Miguel Batista (Ziggaworks), vencedores do prólogo com 150 pontos, mas que na resistência não foram além das 10 voltas (450 pontos), totalizando 600 pontos. O melhor tempo de volta da corrida foi para o Team Ziggaworks, com apenas 8:41.698.

Na categoria Gasolina, João Rebelo / Rodrigo Matos venceram com 629 pontos. Nos Diesel, os três primeiros coincidiram com o pódio da geral: Henriques, Gomes e Afonso mostraram como se faz.

Proto – Família Bastos não deixa margem aos adversários

Na categoria Proto, a vitória foi claramente dominada por Emídio e Rafael Bastos (Team Revissauto). Primeiro venceram o prólogo e depois conquistaram também a resistência com 13 voltas cumpridas, somando a pontuação máxima: 650 pontos. Seguiram-se Luís Silva / Eurico Daniel (Team L&L / Boop), que deram 10 voltas no troço de resistência e somaram um total de 619 pontos. A encerrar o pódio ficou a dupla Carlos Cunha / José Martins (Team CATT Cerveira), com um total de 597 pontos.

Promoção – Team Bichos do Mato soma mais uma vitória

Na classe Promoção, a vitória foi clara: Luís Silva / Bruno Gomes (Team Bichos do Mato) brilharam com 13 voltas e 647 pontos. Os espanhóis Diego Cabillón / Alejandro Moya, em Nissan Patrol, completaram 12 voltas e somaram 613 pontos. Em terceiro, Nuno Silva / Jorge Gonçalves (NJ Team), também com 12 voltas, alcançaram 591 pontos.

Mais atrás ficou a dupla Ricardo Pereira / Alexandra Pereira, em Land Rover (569 pontos), e Fábio Almeida / Hugo Sobreiro, vencedores do prólogo, mas que enfrentaram problemas na resistência, terminando com 550 pontos.

CISET MASTERS – O épico das 4 horas

Integrado no evento, o CISET MASTERS voltou a ser o desafio supremo. Uma resistência de 4 horas, em vez das habituais 2h30, onde só os verdadeiramente preparados conseguem chegar ao fim — e poucos o fazem sem dificuldades.

A dupla Henriques / Costa (Lucrofusão / XS5) voltou a dominar, com 23 voltas num ritmo que ninguém conseguiu acompanhar. Seguiram-se Gomes / Pedro, com 19 voltas, e Afonso / Batista, com 18 voltas, numa demonstração clara de que a resistência é um desporto de inteligência, estratégia e muita força de vontade.

Team Lucrofusão assumiu a liderança das corridas, venceu os Super Proto e o CISET Masters.

O Couço não é para todos — mas é para os melhores

A etapa do Couço voltou a provar porque é considerada uma das mais duras e emblemáticas do campeonato. Há quem venha correr aqui de propósito, e há quem... nem se atreva. Entre água, pedras, lama e linhas de rio imprevisíveis, esta corrida mistura dureza com companheirismo e o verdadeiro espírito da modalidade. É o trial 4x4 no seu estado mais puro — e mais apaixonante.

Terminamos a desejar as rápidas melhoras a Alexandra Pereira, navegadora de Ricardo Pereira, que sofreu um pequeno acidente durante a prova, colocando ponto final numa participação que, até ao momento, estava a decorrer de forma bastante positiva, fruto de um ritmo consistente e seguro.